Baseado no Roteiro Sistematizado para estudo do ESE
- Editora boanova
O homem no mundo - Flavia Contartesi
Capítulo 17 – SEDE PERFEITOS
Eu vos digo, em verdade, que são chegados os tempos em que todas as coisas hão de ser restabelecidas no seu verdadeiro sentido, para dissipar as trevas, confundir os orgulhosos e glorificar os justos. (...) Homens, irmãos a quem amamos, aqui estamos junto de vós. Amai-vos, também, uns aos outros e dizei do fundo do coração, fazendo as vontades do Pai, que está no Céu: Senhor! Senhor!... e podereis entrar no reino dos Céus. O ESPÍRITO DE VERDADE
Baseado no Roteiro Sistematizado para estudo do ESE
- Editora boanova
Capítulo 17 – SEDE PERFEITOS
UM ESPÍRITO PROTETOR
Bordeaux, 1863
10 – Um sentimento de piedade deve sempre animar o coração daqueles que se reúnem sob o olhar do Senhor, implorando a assistência dos Bons Espíritos. Purificai, portanto, os vossos corações.Não deixeis que pensamentos fúteis ou mundanos os perturbem. Elevai o vosso espírito para aqueles a quem chamais, a fim de que eles possam, encontrando em vós as disposições favoráveis, lançar em profusão as sementes que devem germinar os vossos corações, para neles produzir os frutos da caridade e da justiça.
Não penseis, porém, que aos vos exortar incessantemente à prece e à evocação mental, queiramos levar-vos a viver uma vida mística, que vos mantenha fora das leis da sociedade em que estais condenados a viver. Não. Vivei com os homens do vosso tempo, como devem viver os homens; sacrificai-vos às necessidades, e até mesmo às frivolidades de cada dia, mas fazei-o com um sentimento de pureza que as possa santificar.
Fostes chamados ao contato de espíritos de naturezas diversas, de caracteres antagônicos: não melindreis a nenhum daqueles com quem vos encontrardes. Estai sempre alegres e contentes, mas com a alegria de uma boa consciência e a ventura do herdeiro do céu, que conta os dias que o aproximam de sua herança.
A virtude não consiste numa aparência severa e lúgubre, ou em repelir os prazeres que a condição humana permite. Basta referir todos os vossos atos ao Criador, que vos deu a vida. Basta, ao começar ou acabar uma tarefa, que eleveis o pensamento ao Criador, pedindo-lhe, num impulso da alma, a sua proteção para executá-la ou a sua benção para a obra acabada. Ao fazer qualquer coisa, voltai vosso pensamento à fonte suprema; nada façais sem que a lembrança de Deus venta purificar e santificar os vossos atos.
A perfeição, como disse o Cristo, encontra-se inteiramente na prática da caridade sem limites, pois os deveres da caridade abrangem todas as posições sociais, desde a mais íntima até a mais elevada. O homem que vivesse isolado não teria como exercer a caridade. Somente no contato com os semelhantes, nas lutas mais penosas, ele encontra a ocasião de praticá-la. Aquele que se isola, portanto, priva-se voluntariamente do mais poderoso meio de perfeição: só tendo de pensar em si, sua vida é a de um egoísta. (Ver cap. V. nº 26)
Não imagineis, portanto, que para viver em constante comunicação conosco, para viver sob o olhar do Senhor, seja preciso entregar-se ao cilício e cobrir-se de cinzas. Não, não, ainda uma vez: não! Sede felizes no quadro das necessidades humanas, mas que na vossa felicidade não entre jamais um pensamento ou um ato que possa ofender a Deus, ou fazer que se vele a face dos que vos amam e vos dirigem.
A prece é uma prática que está inserida na maioria das religiões do mundo. Nos mais variados segmentos do Cristianismo a prece é elemento essencial, e essa essencialidade da prece se deve à posição do próprio Mestre Jesus, quando se manifestou sobre as formas ideais de orar, conforme consta em Mateus 6: 5 a 8 e Marcos 11: 25 e 26.
Mas não são apenas os cristãos que oram. Mesmo sendo uma religião não-teísta, os budistas oram. Os judeus oram nas Sinagogas. Os hinduístas realizam suas preces ao Deus de sua devoção. Ao orarem, os islâmicos curvam-se no chão, voltados para Meca. O xintoísta realiza suas preces.
É óbvio que a forma de orar se altera de religião para religião. Uns oram em pé, outros prostrados, alguns ajoelhados…. Há os que fazem suas preces na frente de um altar, de um objeto de adoração, de uma imagem, de uma vela…
Como se pode confirmar, independentemente da cultura, da região, do tempo, a prece está inserida como prática imprescindível em quase todas as religiões do mundo. Isso se deve, certamente, à necessidade de se ligar à Divindade, de abstrair-se do mundo material no qual se está inserido, de procurar a porção divina em si próprio, de buscar socorro, amparo, orientação…
Para nós, espíritas, a prece está identificada como recurso eficaz e fundamental no desenvolvimento espiritual. Essa condição pode ser observada desde a primeira versão (1857) de O livro dos espíritos. No capítulo
2 – Lei de Adoração, à questão 312, Kardec questiona: A prece é agradável a Deus?, ao que os Espíritos respondem: “Sim, quando parte de um coração sincero, pois, para Ele, a intenção é tudo, e a prece do coração é preferível à que podes ler, por mais bela que seja.” (KARDEC, 2013). Já na edição revisada e ampliada (1860), Kardec retoma o tema. Acompanhemos a resposta à questão 658, da segunda edição de O livro dos espíritos:
“A prece é sempre agradável a Deus, quando ditada pelo coração, pois, para Ele, a intenção é tudo. Assim, preferível lhe é a prece do íntimo à prece lida, por muito bela que seja, se for lida mais com os lábios do que com o coração. Agrada- lhe a prece, quando dita com fé, com fervor e sinceridade. Não creias, porém, que toque a Deus a prece do homem fútil, orgulhoso e egoísta, a menos que signifique, de sua parte, um ato de sincero arrependimento e de verdadeira humildade.” (KARDEC, 2016).
Mesmo considerando as colocações dos Espíritos acerca da utilidade da prece, e ainda que Kardec tenha separado dois Ca pa Setembro de 2017 | Reformador 5 516 capítulos inteiros de O evangelho segundo o espiritismo para tratar da oração – capítulo 27 – Pedi e obtereis, e capítulo 28 – Coletânea de preces espíritas – é possível encontrar aqueles que questionam as súplicas, os pedidos, as rogativas, que são o objeto central da grande maioria das preces. Acreditam eles que Deus conhece todas as nossas necessidades e, portanto, seria inútil pedir.
No item 6, do capítulo citado, os Espíritos da Codificação esclarecem sobre essa questão, dizendo que, embora o Criador conheça, de fato, todas as nossas necessidades:
[…] Possível é, portanto, que Deus aceda a certos pedidos, sem perturbar a imutabilidade das leis que regem o conjunto, subordinada sempre essa anuência à sua vontade. (KARDEC, 2015).
Observa-se, então, que, em matéria de atendimento das necessidades humanas, o futuro não está previamente definido e, mesmo Deus sabendo do que realmente necessitamos, há a possibilidade de que Ele atenda uma rogativa, aquiescendo a um desejo formulado em uma prece, desde que legítimo.
De fato, a prece traz grandes benefícios para aquele que crê…
Contudo, alguns mecanismos e benefícios advindos da oração não são bem conhecidos pela maioria. Torna-se, pois, oportuno refletir sobre o tema.
Sabemos, como nos esclarece Emmanuel, no livro Pensamento e vida, “[…] que todos vivemos em regime de comunhão, segundo os princípios da afinidade”, capítulo 8 – Associação (XAVIER, 2016). Assim, estamos cercados por Espíritos que comungam pensamentos semelhantes aos nossos e vibram em plena sintonia conosco. Consequentemente, a prece pode ser valioso recurso para que o Espírito sintonize com almas em faixa mais elevada.
É claro que a prece, por si só, não é capaz de nos conduzir rumo a essas almas compromissadas com o Bem Maior. Para atingir esse propósito, faz-se necessário pensar no bem, trabalhar no bem e, sobretudo, lapidar nossos sentimentos em busca do bem. Ainda assim, a prece é valioso auxiliar para aquele que busca um novo padrão de Vida Espiritual.
Sabe-se, conforme a resposta à questão 659, de O livro dos espíritos (KARDEC, 2016), que quando oramos, propomo-nos a louvar, pedir, agradecer. Porém, de forma geral, as preces que estão sendo feitas agora mesmo, mundo afora, pelos adeptos das mais diversas religiões, compõem-se de muitos pedidos, alguns poucos agradecimentos e raras glorificações a Deus. Essa prática, a de muito pedir, é inversamente proporcional à nossa elevação espiritual. Assim, muito pedimos porque pouco temos a oferecer…
Sabedores dessa nossa condição de pedintes reincidentes, os Espíritos elevados nos ensinam a qualificar nossas súplicas. Segundo eles, quando em prece, o que devemos pedir é a coragem para enfrentar os desafios que surgem, a paciência para buscar as soluções mais adequadas e a resignação para convivermos com os desafios que fomos incapazes de superar.
Por tudo isso, é conveniente conhecer um pouco mais acerca dos mecanismos de ação da prece e algumas das qualidades que elas devem ter para que se possa alcançar resultados mais efetivos.
Fundamentalmente, devemos considerar que nossas preces necessitam possuir sintonia com propósitos elevados. Parece estranha essa afirmativa? Entretanto, não o é! Muitas vezes, em nossas orações, rogamos alcançar um objetivo, uma posição, um lugar que, para ser conquistado, resultará em prejuízo para outrem. Nesse sentido, é oportuno lembrar algumas das orientações do
filósofo da Antiguidade – o grego Sócrates, sobre essa questão:
[…] De tantas opiniões diversas, a única que permanece inabalável é a de que mais vale receber do que cometer uma injustiça e que, acima de tudo, devemos cuidar, não de parecer, mas de ser homem de bem. (Colóquios de Sócrates com seus discípulos, na prisão) (KARDEC, 2015, Introdução, Resumo da doutrina de Sócrates e de Platão, it. X).
Continuemos nossas reflexões…
Para que nossas preces alcancem seus objetivos, são dispensáveis quaisquer ritos, imagens, fórmulas ou palavras específicas. Lembremo-nos: o Espiritismo nos orienta a simplificar nossa relação com os desencarnados e com Deus, esclarecendo que a prece depende muito mais do merecimento e da fé, do que do uso ou não de práticas exteriores. Apesar disto, devemos permanecer atentos ao indispensável respeito às crenças individuais e coletivas. E, para tanto, lembremo-nos de que, mesmo que rejeitemos ritos e cerimônias, essa rejeição não significa que quem as utiliza não mereça ter seus pedidos atendidos. Dizem-nos os amigos espirituais que aquele que ora deverá ter merecimento, para que suas súplicas sejam atendidas. Ou seja, orar,por si só, não é suficiente, é imperioso merecer o que se deseja. E mais, merecimento tem relação direta com os esforços que fazemos para melhorar nossos sentimentos, pensamentos e ações. Afinal:
[…] Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más. […] (KARDEC, 2015, cap. 17 – Sede perfeitos, it. 4).
Porém, não podemos esquecer que a prece não nos desobriga de passar por experiências consideradas fundamentais para nossa evolução espiritual. Mas, ainda que tenhamos de superar desafios evolutivos inadiáveis, a oração pode fortalecer-nos, preparando-nos para melhor enfrentar e aproveitar tais provações.
Definitivamente, não existe um lugar ou momento específico para realizarmos nossas orações. Não é imprescindível que estejamos na Casa Espírita, ou realizando um Culto do Evangelho no Lar, ou em um refúgio agradável e silencioso. É fundamental sim, que busquemos a sintonia com Espíritos mais esclarecidos, esforçando- nos para alcançar estados superiores da alma, comprometidos
com o silêncio interior, imbuídos da fé e da esperança. Assim sendo, poderemos estar na rua, em um estádio de futebol, transitando na multidão, em nosso local de trabalho; o resultado da prece dependerá, principalmente, do que existe dentro de nós mesmos.
Por fim, lembremo-nos de que não basta orar, é fundamental agir em benefício do outro. Essa ação nos fortalece e granjeia simpatias valiosas que poderão ser importantes nos momentos em que nossas fraquezas se agigantem diante de provações maiores. Como nos esclarecem os companheiros espirituais: nossa ação corresponderá a uma reação, e esta será tão benéfica, quanto benéfico foi nosso ato.
Esses são apenas alguns dos mecanismos que devem ser considerados para que a prece alcance o objetivo esperado. Certamente existem outros que também devem ser ponderados. No entanto, é importante recordar as orientações contidas na mensagem de Jesus, em especial quando o Mestre nos adverte:
Quando vos aprestardes para orar, se tiverdes qualquer coisa contra alguém, perdoai-lhe, a fim de que vosso Pai, que está nos céus, também vos perdoe os vossos pecados. Se não perdoardes, vosso Pai, que está nos céus, também não vos perdoará os pecados. (Marcos, 11:25 e 26); (KARDEC, 2015, cap. 27 – Pedi e obtereis, it. 2).
REFERÊNCIAS:
KARDEC, Allan. O livro dos espíritos – Edição histórica bilíngue – 1857. Trad. Evandro Noleto Bezerra. 1. ed. Brasília: FEB, 2013.
____. O evangelho segundo o espiritismo. Trad. Guillon Ribeiro. 131. ed. 6. imp. (Edição Histórica). Brasília: FEB, 2015.
____. O livro dos espíritos. Trad. Guillon Ribeiro. 93. ed. 2. imp. (Edição Histórica). Brasília: FEB, 2016.
XAVIER, Francisco C. Pensamento e vida. Pelo Espírito Emmanuel. 19. ed. 4. imp. Brasília: FEB, 2016.
Quando vc clica em cima é direcionado para o texto original.
No KARDECPlay você pode aprofundar os estudos sobre a Prece com as videoaulas “Volume 85 – A Prece | parte 1”, “Volume 86 – A Prece | parte 2” e também com a videoaula “A Eficácia da Prece”.
TREINAMENTO REUNIÃO MEDIÚNICA 5 com Alberto Almeida
TREINAMENTO REUNIÃO MEDIÚNICA 4 com Alberto Almeida
AÇÃO DA PRECE. TRANSMISSÃO DO PENSAMENTO 1 |
218-O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO- ALLAN KARDEC CAPÍTULO XXVII: PEDI E OBTEREIS ITENS 9 a11: AÇÃO DA PRECE. TRANSMISSÃO DO PENSAMENTO
“A prece é uma invocação: por ela nos pomos em relação com o ser a que nos dirigimos. Ela pode ter por objeto um pedido, um agradecimento ou um louvor. Podemos orar por nós mesmos, ou pelos outros, pelos vivos ou pelos mortos. As preces dirigidas a Deus são ouvidas pelos Espíritos encarregados da execução dos seus desígnios; as que são dirigidas aos Bons Espíritos vão também para Deus. Quando oramos para outros seres, e não para Deus, aqueles nos servem apenas de intermediários, de intercessores, porque nada pode ser feito sem a vontade de Deus.”
Assim, inicia Allan Kardec suas explicações sobre a ação da prece, definindo-a como uma conversa que se entabula com o ser a quem se dirige, na qual quem ora, expressa o que sente no momento, e se abre, se expõe, porque confia nesse recurso sublime percebido pelo homem desde o início do seu desenvolvimento espiritual, variando a maneira do seu uso. Todo o universo se origina do fluido cósmico universal, a matéria elementar primitiva, que vem de Deus, através do qual o pensamento se expande, porque esse fluido se constitui no seu veículo, assim como o ar é o veículo do som. Ao contrário, porém, das vibrações sonoras que são circunscritas em um determinado espaço, as vibrações “do fluido universal se ampliam ao infinito.” (1) Assim, todo pensamento que se dirige a alguém, de encarnado para encarnado, de desencarnado para desencarnado, de encarnado para desencarnado e vice-versa, forma uma corrente fluídica, entre o que emite o pensamento e a quem ele se dirige. Evidentemente, que a força dessa corrente fluídica se equivale à energia do pensamento e da vontade de quem pensa. “É assim que a prece é ouvida pelos Espíritos onde quer que eles se encontrem; é assim que os Espíritos se comunicam entre si, que nos transmitem as suas inspirações, e as relações que se estabelecem à distância entre os próprios encarnados.”
Na questão 495 de O Livro dos Espíritos, no último parágrafo da resposta de São Luís e Santo Agostinho, lemos: “São essas comunicações de cada homem com o seu Espírito familiar que fazem médiuns todos os homens, médiuns hoje ignorados, mas que mais tarde se manifestarão, derramando-se como um oceano sem bordas para fazer refluir a incredulidade e a ignorância” É através da mediunidade generalizada, que todos possuem, em desenvolvimento, que todos se comunicam espiritualmente, entre si. É por isso que a morte não separa os que se amam, visto estarem unidos pelas vibrações dos pensamentos amorosos. O mesmo pode acontecer entre os que se odeiam. A diferença está nas sensações agradáveis de quem pensa e recebe com amor, e nas sensações desagradáveis de quem pensa e recebe com sentimento negativo. Assim, a prece pode ter ação direta e positiva, quando sai do íntimo do ser, com confiança, com humildade, chegando até o ser a quem se dirige, recebendo a resposta segundo a sua necessidade espiritual, sob a vontade de Deus, que quer o melhor para seus filhos. Desse modo, a resposta ao pedido de algo que ainda não pode receber, virá no fortalecimento das suas energias para vencer a situação difícil, no estímulo a perseverar na resignação ativa, no cumprimento dos seus deveres. A prece atrai os bons Espíritos, que auxiliam, sempre, inspirando boas ideias, estimulando o esforço de correção de erros, ou o esforço de afastar-se do mal, resistindo às tentações internas, enfim o socorro sempre virá. No estágio evolutivo em que vivemos, o recuso da prece se constitui em uma vacina contra nossas tentações internas de acomodação, de conformação aos valores terrenos, ao mesmo tempo, que se constitui no remédio para as nossas fraquezas morais, estimulando-nos ao esforço contínuo de renovação interior, expressando-se para o exterior. “A prece é a expressão mais alta do pensamento e da vontade. É neste sentido que Allan Kardec a recomendava aos seus discípulos.” (2)
1 - Para melhor entendimento, ver A Gênese, de Allan Kardec, cap. XIV: Os Fluidos. 2 – Leon Denis, citado no livro “Leon Denis na Intimidade” de Claire Baumard, pág 228 ed. O Clarim, 1ª ed.
Leda de Almeida Rezende Ebner – Julho/ 2019 ________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________ Ação da prece – Transmissão do pensamento
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TREINAMENTO REUNIÃO MEDIÚNICA - 2
Com Alberto Almeida.
De 1h 20m até 2h 21m de um total de 8h 44m.
TREINAMENTO REUNIÃO MEDIÚNICA - 1
Com Alberto Almeida.
De Início até 1h 20m de um total de 8h 44m.
Esta obra é citada na palestra.
Livro Diálogo com as Sombras.
Baseado no Roteiro Sistematizado para estudo do ESE
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Federação Espírita do Acre
Palestra Pública: Federação Espírita do Acre Palestra Pública: Os superiores e os inferiores. Sexta-feira - 24/09 Palestrante: Simone Cordeiro
ESE Capítulo 17 – SEDE PERFEITOS
FRANÇOIS-NICOLAS-MADELEINE
Cardeal Morlot, Paris, 1863
9 – A autoridade, da mesma maneira que a fortuna, é uma delegação, de que se pedirá contas a quem dela foi investido. Não creias que ela seja dada satisfazer ao fútil prazer do mando, nem tampouco, segundo pensa falsamente a maioria dos poderosos da terra, como um direito ou uma propriedade. Deus, aliás, tem demonstrado suficientemente que ela não é nem uma, nem outra coisa, desde que a retira quando bem lhe apraz. Se fosse um privilégio inerente à pessoa que a exerce, seria inalienável. Ninguém pode dizer, entretanto, que uma coisa lhe pertence, quando pode ser tirada sem o seu consentimento. Deus concede autoridade a título de missão ou de prova, conforme lhe convém, e da mesma forma a retira.
O depositário da autoridade, de qualquer extensão que esta seja, desde a do senhor sobre o escravo até a do soberano sobre o povo, não deve esquivar-se à responsabilidade de um encarregado de almas, pois responderá pela boa ou má orientação que der aos seus subordinados, e as faltas que estes puderem cometer, os vícios a que forem arrastados em conseqüência dessa orientação ou dos maus exemplos recebidos, recairão sobre ele. Da mesma maneira, colherá os frutos de sua solicitude, por conduzi-los ao bem. Todo homem tem, sobre a Terra, uma pequena ou uma grande missão. Qualquer que ela seja, sempre lhe é dada para o bem. Desviá-la, pois, do seu sentido, é fracassar no seu cumprimento.
Se Deus pergunta ao rico: Que fizeste da fortuna que devia ser em tuas mãos uma fonte espalhando a fecundidade em seu redor? Também perguntará ao que possui alguma autoridade: Que uso fizeste dessa autoridade? Que males impediste? Que progressos impulsionaste? Se te dei subordinados, não foi para torná-los escravos da tua vontade, nem dóceis instrumentos dos teus caprichos e da tua cupidez; se te fiz forte e te confiei os fracos, foi para que os amparasses e os ajudasses a subir até mim.
O superior que guardou as palavras do Cristo, não despreza a nenhum dos seus subordinados, porque sabe que as distinções sociais não subsistem diante de Deus. O Espiritismo lhe ensina que, se eles hoje o obedecem, na verdade já podem tê-lo dirigido, ou poderão dirigi-lo mais tarde, e que então será tratado como por sua vez os tratou.
Se o superior tem deveres a cumprir, o inferior também os tem de sua parte, e não são menos sagrados. Se também este é espírita, sua consciência lhe dirá, ainda mais fortemente, que não está dispensado de cumpri-los, mesmo que o seu chefe não cumpra os dele, porque sabe que não deve pagar o mal com o mal, e que as faltas de uns não autorizam as de outros. Se sofre na sua posição, dirá que sem dúvida o mereceu, porque ele mesmo talvez tenha abusado outrora de sua autoridade, devendo agora sentir os inconvenientes do que fez os outros sofrerem. Se for obrigado a suportar essas posições, na falta de outra melhor, o Espiritismo lhe ensina a resignar-se a isso, como a uma prova a sua humildade, necessária ao seu adiantamento. Sua crença o guia na sua conduta: ele age como desejaria que os seus subordinados agissem com ele, caso fosse o chefe. Por isso mesmo é mais escrupuloso no cumprimento das obrigações, pois compreende que toda negligência no trabalho que lhe foi confiado será um prejuízo para aquele que o remunera, e a quem deve o seu tempo e os seus cuidados. Numa palavra, ele é guiado pelo sentimento do dever que a sua fé lhe infunde, e a certeza de que todo desvio do caminho reto será uma dívida, que terá de pagar mais cedo ou mais tarde.
ESTUDE E VIVA
FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER E WALDO VIEIRA PELOS
ESPÍRITOS EMMANUEL E ANDRÉ LUIZ
TROCA INCESSANTE
Todos estamos situados em extenso parque de oportunidades para trabalho, renovação, desenvolvimento e melhoria. Dentre aquelas que segues no encalço, como sendo as que te respondem às melhores aspirações, detém, quanto possível, a oportunidade de auxiliar. Tempo é comparável a solo. Serviço é plantação. Ninguém vive deserdado da participação nas boas obras, de vez que todos nós retemos sobras de valores específicos da existência. Não somente disponibilidades de recursos materiais, mas também de tempo, conhecimento, amizade, influência. Não percas por omissão. “Colherás o que semeias”, velha verdade sempre nova. Em todos os lugares, há quem te espere a cooperação. Aparentemente aqueles que te recorrem aos préstimos contam apenas com o apoio necessário, seja um gesto de amparo substancial, uma nota de solidariedade, uma palavra de bom ânimo ou um aviso oportuno. Entretanto, não é só isso. A vida é troca incessante. Aqueles a quem proteges ser-te-ão protetores. Socorres o pequenino desfalecente; é possível que seja ele, mais tarde, o amigo prestimoso que te guarda a cabeceira no dia da enfermidade. O transeunte anônimo a quem prestas humilde favor pode ser em breve o elemento importante de que dependerás na solução de um problema. O poder do amor, porém, se projeta mais longe. Doentes que sustentastes, nas fronteiras da morte, formarão entre os amigos que te assistem do Plano Espiritual. E ainda mesmo o auxílio desinteressado que levaste a corações empedernidos na delinqüência, quando não consigas tocá-los de pronto, te granjeará a colaboração dos benfeitores que os amam, conquanto ignorados e desconhecidos. Todos nós, os espíritos em evolução no educandário do mundo, nos assemelhamos a viajores demandando eminências que nos conduzam à definitiva sublimação. Ninguém na terra efetua viagem longa sem o auxílio de pontes, desde o viaduto imponente à pinguela simples, para a travessia de barrancos, depressões, vales e abismos. Por mais regular que se mostre a jornada, chega sempre o instante em que precisamos de alguém para transpor obstáculos ou perigo. Construamos pontes de simpatia com o material da bondade. Hoje alguém surge, diante de nós, suplicando apoio. Amanhã, diante de alguém, surgiremos nós.
Orientação Fraterna do CEFA.
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Baseado no Roteiro Sistematizado para estudo do ESE
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ESE Capítulo 17 – SEDE PERFEITOS
FRANÇOIS-NICOLAS-MADELEINE
Paris, 1863
8 – A virtude, no seu grau mais elevado, abrange o conjunto de todas as qualidades essenciais que constituem o homem de bem. Ser bom, caridoso, trabalhador, sóbrio, modesto, são as qualidades do homem virtuoso. Infelizmente, são quase sempre acompanhadas de pequenas falhas morais, que as deslustram e enfraquecem. Aquele que faz alarde de sua virtude não é virtuoso, pois lhe falta a principal qualidade: a modéstia, e sobra-lhe o vício mais oposto: o orgulho. A virtude realmente digna desse nome não gosta de exibir-se. Temos de adivinhá-la, mas ela se esconde na sombra, foge à admiração das multidões. São Vicente de Paulo era virtuoso. O digno Cura de Ars era virtuoso. E assim muitos outros, pouco conhecidos do mundo, mas conhecidos de Deus. Todos esses homens de bem ignoravam que eram virtuosos. Deixavam-se levar pela corrente das suas santas inspirações, e praticavam o bem com absoluto desinteresse completo esquecimento de si mesmos.
É para essa virtude, assim compreendida e praticada, que eu vos convido, meus filhos. Para essa virtude realmente cristã e verdadeiramente espírita, que eu vos convido a consagrar-vos. Mas afastai de vossos corações o sentimento do orgulho, da vaidade, do amor próprio, que deslustram sempre as mais belas qualidades. Não imiteis esse homem que se apresenta como modelo e se gaba das próprias qualidades, para todos os ouvidos tolerantes. Essa virtude de ostentação esconde, quase sempre, uma infinidade de pequenas torpezas e odiosas fraquezas.
O homem que se exalta a si mesmo, que eleva estátuas à sua própria virtude, em princípio aniquila, por essa única razão, todos os méritos que efetivamente podia ter. E que direi daquele cujo valor se reduz a parecer o que não é? Compreendo perfeitamente que aquele que faz o bem sente uma satisfação íntima, no fundo do coração. Mas desde o momento em que essa satisfação se exterioriza, para provocar elogios, degenera em amor- próprio.
Oh, vós todos, a quem a fé espírita reanimou os seus raios, e que sabeis quanto o homem se encontra longe da perfeição, jamais vos entregueis a essa estultícia! A virtude é uma graça, que desejo para todos os espíritas sinceros, mas com esta advertência: Mais vale menos virtude na modéstia, do que muitas no orgulho. Foi pelo orgulho que as humanidades se perderam sucessivamente. É pela humildade que elas um dia deverão redimir-se.
“Bem-aventurados os que sofrem perseguição por amor à justiça, porque deles é o Reino dos Céus.” — JESUS (Mateus, 5.10)
“A virtude, no mais alto grau, é o conjunto de todas as qualidades essenciais que constituem o homem de bem. Ser bom, caritativo, laborioso, sóbrio, modesto, são qualidades do homem virtuoso.” — Cap. XVII, 8
1 Toleras descabidas injúrias e calas a justificação que te pende da boca, esperando, a preço de lágrimas, que o tempo te mostre a isenção de culpa, no entanto, com isso, promoves o reconhecimento e a renovação dos teus próprios perseguidores.
2 Podes apropriar-te da felicidade alheia, através de pleno domínio no lar de outrem, à custa do infortúnio de alguém, e, embora padecendo agoniada fome de afeto, ensinas a prática do dever a quem te pede convivência e carinho, todavia, com semelhante procedimento, acendes na própria alma a chama do amor puro com que, um dia, aquecerás os entes queridos, nos planos da vida eterna.
3 Tens razão de sobejo para falar a reprimenda esmagadora aos irmãos caídos em erro, pela ascendência moral que já conquistaste, e pronuncias a frase de estímulo e indulgência, muitas vezes sob a crítica dos que te não compreendem os gestos, mas consegues, assim, reerguer o ânimo dos companheiros desanimados, recuperando-lhes as energias para o levantamento das boas obras.
4 Guardas o direito de repousar, pelo merecimento obtido em longas tarefas nobremente cumpridas, e prossegues em atividade laboriosa, no progresso e na paz de todos, quase sempre com o desgaste acelerado das próprias forças, entretanto, nesse abençoado serviço extra, lanças o seguro alicerce dos apostolados santificantes que te clarearão o grande futuro.
5 Sob o assalto da calúnia, ora em favor dos que te ferem.
6 Quando vantagens humanas te sorriam com prejuízo dos outros, prefere o sacrifício das mais belas aspirações.
7 Com autoridade suficiente para a censura, semeia a benevolência onde estiveres.
8 Retendo a possibilidade do descanso, abraça o maior esforço e trabalha sempre.
9 Quem suporta serenamente o mal que atraiu para si mesmo, trilha a estrada bendita da resignação, contudo quem pratica o bem quando pode fazer o mal vive por antecipação no iluminado país da virtude.
Emmanuel
Citação parcial para estudo, de acordo com o artigo 46, item III, da Lei de Direitos Autorais. |
“Eles não são do mundo como também eu não sou.” — JESUS (João, 17.16)
1 O servo do Senhor é claramente conhecido na seara ativa do Senhor, mas se aspiramos a caracterizá-lo no mundo é fácil reconhecer-lhe a presença em seus traços essenciais:
2 vive no mundo sem agarrar-se ao mundo;
6 atravessa o tumulto construindo em silêncio;
9 considera o passado apontando o futuro;
13 carrega fardos pesados sem pretensão de virtude;
16 eleva-se, elevando os outros;
17 colabora, olvidando a si mesmo, em louvor do interesse geral;
18 espera, fazendo o melhor que pode;
21 Em suma, quem se dedica ao Senhor entrega-se-lhe ao bendito poder como é, onde está, com o que tem, e com quem convive e persevera na execução incessante da obra do Senhor, sem perguntar como, onde, quanto ou com quem deve trabalhar para realmente servir.
Emmanuel
(Reformador, maio 1969, p. 98)
Citação parcial para estudo, de acordo com o artigo 46, item III, da Lei de Direitos Autorais. |